Livros do Mar

MEUS LIVROS DO MAR



Eis aqui alguns livros que, assim como essa figura aí ao lado, transbordam conhecimentos sobre o mar. Livros que trazem relatos de aventuras marinhas, livros de histórias, de fotos, livros técnicos de oceanografia e biologia marinha... tem muita coisa sobre o universo marinho. O objetivo desta postagem é COMPARTILHAR os livros bons que, no meu julgamento, têm que ser lidos, sublinhados, estudados, devorados e indicados. Compartilho com vocês uma parte da minha pequena biblioteca marinha. Quem quiser emprestado algum desses livros, é só pedir. Mas aviso logo: sou do tipo que cobra a devolução, anoto num papel a data que emprestei, etc. :)

Este está entre os meus prediletos. Adoro um trecho em especial:
“(...) barcos lendários cruzam amarras com viajantes anônimos. Nenhum de seus tripulantes se mostra por isso especial. O tamanho de seus cascos ou façanhas mede-se menos por pés ou milhas navegadas e mais, muitas vezes mais, pela alma dos que vão dentro”.  
Acho isso lindo. Foi o Amyr Klink que escreveu. A façanha de um navegante mede-se não pelas milhas navegadas, mas pela sua ALMA! É a pureza que você carrega no coração que importa, e não a distância! Adoro os livros do Amyr, tenho muita vontade de conhecê-lo pessoalmente. Já escreveram sobre a capacidade que ele têm de pôr em prática a maioria das ideias que lhe ocorrem na cabeça, atribuindo uma qualidade batizada de "acabativa", ou seja, ele não tem só a iniciativa de começar a elaborar planos. O cara é tão pragmático, detalhista e insistente em seus projeto e ideias, que é capaz de realizar todas elas. Editora Companhia das Letras.


Tsunamis, tempestades, formação das ondas... Histórias de ondas oceânicas gigantescas que engolem navios, desafiam cientistas e fascinam os surfistas... Susan Casey, a autora deste livro, conta a história de suas pesquisas sobre as maiores ondas do mundo. Ela não é surfista, mas sim uma excelente escritora que conversou sobre ondas com grandes surfistas como Laird Hamilton e com oceanógrafos pesquisadores, oficiais da marinha, pescadores e toda a natureza de homens do mar para embasar as interessantes conclusões que você pode ler neste livro da Editora Zahar.
Hamilton (Laird) voltou à superfície, segurando um punhado do fundo. Não era uma areia de grãos finos, mas uma mistura bruta de rochas quebradas. Jaws não é o tipo de lugar convidativo, e demos meia volta para retornar”. 


Muito legal a história da Família Schürmann! A Heloísa e o Vilfredo contam que a decisão de partir com seus três filhos pequenos num veleiro ao redor do mundo, em 1984, foi tomada muitos anos antes de zarpar. Todos da família dão o seu relato em alguma parte do livro. Eles passaram por momentos tensos no mar, se viram em meio a ondas superiores a dez metros e ventos de 120km/h na Nova Zelândia! Mas também conheceram paisagens maravilhosas, fizeram grandes amigos e tiveram experiências incríveis e inesquecíveis em culturas super diferentes da nossa! Eles foram a primeira família de brasileiros a "soltar as amarras" desta forma. Os filhos estudavam à distância, por correspondência. Na adolescência, dois dos meninos desembarcaram em algum ponto do mundo para se dedicar aos estudos. Como em todos os relatos de navegantes desbravadores dos sete mares, percebe-se que a experiência de navegar é uma parábola do autoconhecimento, como se cada milha navegada para longe de nossas raízes fosse equivalente a uma milha navegada para dentro de nós mesmos. Linda a história dessa família. Percebe-se, num relato simples de se ler, que são pessoas absolutamente comuns, como qualquer um de nós, mas que fazem coisas incríveis. Eles não são extraordinários, mas fazem coisas extraordinárias. 



O Amyr, sempre o Amyr Klink. Adoro!!!


Adorei ler este livro. Me interessei, inicialmente, por causa da biologia, pois ele versa sobre a teoria da origem e evolução do corpo humano ao longo da história da evolução das espécies, e mostra como temos familiaridade até com os peixes – daí o seu título. Mas o autor, Neil Shubin, é super descontraído e fala de maneira tranquila e, às vezes até engraçada, sobre  a ancestralidade comum de TODOS os seres vivos da Terra. Por isso, vale a leitura até para quem não é da área da biologia. Quando somos embriões na barriga da mamãe, nós temos “fendas branquiais”, acreditam? O termo “branquiais” vêm de “brânquias”, as guelras que os peixes têm! Volta e meia, geralmente quando assisto filme com ondas enormes, ou quando leio livros como o "A Onda", imagino como seria se a gente pudesse respirar debaixo d’água. Se tivéssemos brânquias como os peixes daria para surfar em qualquer mar sem preocupação de se afogar! A História de Quando Éramos Peixes discorre sobre o “projeto corporal” do ser humano explicando sobre a origem desde os seres unicelulares até a complexidade dos seres pluricelulares, falando dos seres bilateralmente simétricos,dos seres tetrápodes (com quatro membros – quatro patas; duas patas e duas asas; quatro nadadeiras; etc.). Ele fala sobre a evolução dos mecanismos de visão, audição, mobilidade e vários outros aspectos do corpo humano, mostrando nossa familiaridade com os todos os seres da Terra! Recomendo! Seja você da área de Biologia ou não! É muito interessante e cheio de curiosidades legais de se contar numa roda de amigos. Editora Campus.


De Paulo Roberto Valgas Lobo e Carlos Alberto Soares, esse livro é bastante técnico. Não conta nenhuma história e você pode ler ao longo da vida toda a parte que te interessar no dia que abri-lo. Para quem navega, é muito útil!

Um livro super técnico e didático. Às vezes cansativo de ler, mas é muito interessante tê-lo sempre por perto se você está sempre pela linha d'água, seja em veleiro, caiaque, canoa havaiana e até SUP. 
Conhecer as regras de navegação e outros detalhes técnicos do mundo náutico facilitam muito as tomadas de decisão quando se está no mar. 

Esse livro conta a história de dois velejadores que foram atingidos por uma violenta tempestade e atirados sobre uma desolada margem. Sobreviveram por nove dias até que um navio patrulha chileno os tirou dali. Continuaram a viagem e percorreram 20 mil milhas. 
De Hal Roth.

Pra quem gosta de golfinho como eu, recomendo esse livrinho! Super simples, mas esclarecedor sobre esses encantadores mamíferos aquáticos! De Ana Paula Madeira di Beneditto, Renata Maria Arruda Ramos e Neuza Rejane Wille Lima.

Este livro foi escrito pelo meu amigo Rodrigo Magalhães!!! Ele é um grande remador de caiaque, altamente “agregador”. Onde quer que ele esteja, ele é sempre uma pessoa que une pessoas, que reúne amigos! Ele adora compartilhar coisas boas com as pessoas, seja amigos ou conhecidos. Acho que esta característica deve ter sido uma das motivações que o levou a escrever este livro, em que ele divide com as pessoas alguns princípios básicos da canoagem e fala das possibilidades de passeios de caiaque pelo litoral carioca. Publit Soluções Editoriais. Mas não acaba por aí, não! Além do livro, ele tem o blog com o mesmo nome do livro:  http://trilhasdomar.blogspot.com.br/
Vale a pena visitar!

Adoro este livro! É um relato apaixonado sobre uma travessia oceânica pelas ilhas do Pacífico ocorrida em 1912, desvendando pessoas e culturas de ilhas super isoladas em um tempo muito remoto! É muito, muito, muito interessante! Eu adoro porque fala das canoas polinésias, fala sobre alguns termos e expressões em taitiano como por exemplo: iarana, que é uma palavra de boas vindas, assim como o aloha para os havaianos. E tem outra coisa muito legal nesse livro, também. Ele tem muitas fotos super antigas, em preto e branco e com  baixíssima resolução (de 1912, galera!) com imagens de surfe e canoas... Editora Best Seller
“Nossos amigos não conseguiam entender por que íamos fazer a viagem. Abanavam a cabeça, suspiravam e erguiam as mãos. Por mais que explicássemos não houve meio de fazê-los compreender que nos encontrávamos no limite da resistência em relação à vida que levávamos; que era mais fácil para nós sair pelo mar num pequeno barco do que ficar naquela terra seca, do mesmo modo que era mais fácil para eles ficar naquela terra seca do que sair pelo mar num pequeno barco”.

Este não é um livro de história nem de relato de navegação. É um livro didático sobre ciências do mar. Mas tão simples e deliciosamente escrito que qualquer um pode se aventurar pelas suas páginas para aprender sobre formação de ondas, granulometria (estudo dos grãos de areia), etc.João Miragaia Schmiegelow

 Família Grael, admirável família de guerreiros do mar!

Esse é para quem gosta de observar as conchinhas nas praias... Um livro técnico e didático, apenas isso. É gratificante folheá-lo e descobrir o nome científico daquela conchinha que você sempre viu na praia, desde criancinha, e nunca imaginou que ela tivesse um nome!

Um livro de lendas  sobre o mar, provenientes de diversas culturas... uma gracinha!


 Este livro é uma compilação de alguns trabalhos científicos sobre recifes de coral. É interessante para quem é da área da biologia marinha, mas recomendo a todos os amigos que gostam de ir a fundo nos conhecimentos sobre os ecossistemas marinhos. 

Esse é muito legal! É o relato de um jovem que comprou um veleiro, arrumou uma namorada e saiu pelo mar atrás das paisagens maravilhosas da Polinésia. Juntos, eles aprenderam muito sobre o mar, viveram experiências e conheceram lugares incríveis!

Agora finalizo com o mais especial do momento, para mim!!! 
Da autora e remadora Simone Duarte. Tive o prazer de conhecê-la pessoalmente, muito por acaso e bem longe do mar, nas alturas da região de Salinas, nos Três Picos. Este simples relato de sua remada solitária em seu caiaque, do Rio de Janeiro a Santos em 12 dias, me emocionou profundamente. Percebi similaridades nos questionamentos dela com os meus próprios sobre a minha remada de Niterói a Ilha Grande. Em um trecho, quando descreve seu início na canoagem, ela escreve: 
"(...) me surpreendi acariciando o caiaque como a um cavalo! Achando graça do meu próprio gesto, comecei a considerar o quanto gostava das experiências vividas com aquele barquinho, e quantas ainda podiam ser projetadas... Não importava o porte das travessias. Poderia não ser uma façanha.O importante era a qualidade dos sentimentos que nelas eu vivenciaria." (Lembra aquela frase do Amyr, do primeiro livro descrito nesta postagem!).
É exatamente isso que sinto pela Guardiã. Como se ela fosse uma companheira de aventuras mesmo! Chego a conversar com minha canoa, e até peço para ela me proteger! Já me peguei em determinadas situações no mar falando assim: "Guardiã, eu sei que você é a Guardiã dos mares, foi por isso que te botei esse nome. Mas agora você tem que ser a minha guardiã, da sua dona, por favor!". A Guardiã é uma canoinha guerreira! Desenvolve bem em toda natureza de remadas comigo! Travessias, passeios, surfe, competições... Quando eu uso blusa azul, então, é aí que eu penso: "Somos uma! Bora, Guardiã! É uma coisa só! Vamos, me leva!" (risos). Coisa de maluco? Que nada! Só quem conhece bem seu próprio barco é que entende como as embarcações são particulares.
E a Simone fala sobre travessias: 
"As marcas da passagem de um barco são rapidamente apagadas pelas águas, mas o que ocorre no interior do canoísta é fixado para sempre".
Concordo, Simone. Seu livro foi para mim, ao mesmo tempo um espelho do que vivi e uma inspiração do que ainda quero viver! Os rastros que a Guardiã deixou nos 130 quilômetros entre Niterói e a Ilha Grande, as ondas diluíram rapidamente. Mas cada minuto daquelas 28 horas ficarão para sempre guardados em mim, pois me transformaram para sempre.  


 ALOHA E ATÉ A PRÓXIMA LEITURA!
Caso tenha se interessado por algum desses livros e queira emprestado, especialmente se você for de Niterói, 
não deixe de me escrever: 
luizaperin@yahoo.com.br 



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