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Mostrando postagens de 2013

Gaia - uma viagem à Lua

                                                                                                                  Dia desses fiz uma viagem muito legal. Não durou muito tempo, mas chamei de viagem pelo encantamento da minha ida a este lugar, e tão longe ele era. Foi em uma linda noite de lua cheia... Um cenário maravilhoso e impressionante. Sim, a lua me impressionava. Ao olhá-la, conduzia-me suavemente para uma atmosfera distante, no mundo dos meus devaneios. Foi enquanto passeava pela praia. Apesar de estar me sentindo muito bem disposta, uma sonolência insistia em fechar meus olhos. Sentei na areia macia e  fiquei a observar as nuances da lua. Ainda estava baixa e muito amarela, uma gigante bola de ouro. Não o dourado do Sol, ofuscante e irradiante. Mas um dourado que fazia questão em ser discreto. Essa discrição engrandecia a lua.  Abaixei minha cabeça sobre os joelhos e olhei meus pés descalços. Que pé mais magrelo essa menina tem, dizia sempre minha mãe.  E brincando com m

Travessias: E se não ousássemos fazê-las?

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"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa  De vez em quando sou acometida por algo que costumo chamar de "surto de desapego". Arrumo obstinadamente todos os armários de casa analisando e fiscalizando cuidadosamente roupas, acessórios e objetos que já não me servem mais ou que, simplesmente, não quero mais: é hora do desapego . Objetos têm memória e guardam um pouco da nossa história, mas há um tempo em que é preciso passá-los adiante, seguindo os conselhos de Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da língua portuguesa: " é preciso esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ". Este é um dos símbolos das travessias. " E se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mes

Um dia de surfe na Praia da Reserva

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No teto do carro, pranchas de stand up. No interior, remos e streps. E no painel a Janaína, minha havaianinha que dança, dança e dança... E está sempre saltitante tocando seu ukulele em sua saia rodada... Janaína, sereia do mar. Ela sempre olha pra mim e pergunta: "Onde vamos desta vez?". Atravessando a ponte Rio-Niterói sob o olhar da Janaína. Desta vez o destino é a Praia da Reserva, Janaíana. E o objetivo é inédito para o dia de hoje: aprender a surfar de stand up paddle. Janaína de frente para a Gopro, que permite o registro tão fiel mesmo dos mínimos momentos e seguntos mais alucinantes do dia. Havia coisas na vida que não davam para ser explicadas. Até que inventaram a Gopro, essa filmadorazinha mágica à prova d'água que acompanha a gente em tudo o que esporte! O que aconteceu neste dia está claramente registrado neste filme de 3 minutos que postei aqui: https://vimeo.com/67555177 Poderia escrever que era um dia ensolarado e lindo. Vocês irão ver. Pod

Relatos da Ilha de Páscoa (PARTE II)

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Desenhada no Mapa Mundi ou visualizada no Google Hearth, a Ilha de Páscoa apresenta um formato triangular, onde em cada uma das três pontas deste triângulo há um vulcão. Foi a erupção destes vulcões que fez emergir, esplêndida e lentamente, no meio do Oceano Pacífico, este lugar tão misterioso conhecido também como Rapa Nui. A lava destes três vulcões foi escorrendo, escorrendo, escorrendo... até fazer surgir no meio deles um solo. Este solo foi subindo, subindo, subindo... e criou-se ali condições favoráveis para o surgimento de uma floresta subtropical. Esta floresta foi crescendo, crescendo, crescendo... e transformou-se em um refúgio perfeito para abrigar vida naqueles inóspitas e vazias milhas náuticas distantes de todo o resto do mundo, e de todas as outras ilhas do Pacífico... Milhões de anos se passaram e chegaram ali, remando em canoas com balancim, alguns ancestrais polinésios vindos de outras ilhas do Pacífico. Estes ancestrais primitivos viviam em cavernas e eram escultores

Relatos da Ilha de Páscoa (PARTE I)

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Te Pito O Te Henua, ou seja, o umbigo do mundo. Era assim que o povo Rapa Nui se reconhecia e nomeava seus 163Km² de terra isolados no meio do Oceano Pacífico. Esse negócio de chamar o local de Ilha de Páscoa é muito recente - alguns séculos, somente - principalmente se comparado com a riqueza de cultura pré histórica que existe ali. O nome Ilha de Páscoa nada mais é que uma referência à natureza do primeiro contato europeu com o local. No dia 5 de abril de 1722 - um domingo de Páscoa - o navio do explorador holandês Jacob Roogeveen avistou a ilha pela primeira vez e, dali pra frente, todo o resto do mundo passou a conhecer a ilha das estátuas gigantes de pedra - e o pedaço de terra habitado mais isolado do Planeta! Mas muito antes disso, muuuuito antes, vivia ali um povo primitivo que vivia em cavernas e esculpia formas humanas em pedras. Cheguei à Ilha de Páscoa bem próximo de um dia 5 de abril. Mas o ano era 2013. Mesmo com mais de 290 anos de diferença do meu "velho amigo 

O nascimento de uma canoa havaiana

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Preparativos para levar a canoa Ayra pela primeira vez ao mar na Praia de Itaipu. Março de 2013. Dentre todos os meios de transporte, as embarcações são especiais. Não importa o tamanho ou a natureza a que se destinam, os barcos têm algo de diferente: eles recebem nomes. Desbravar o desconhecido, viajar flutuando sobre uma fluida superfície com limites incertos e precisar dali retirar seu alimento levou o homem, desde os tempos mais remotos, a tratar com respeito e superstição o universo aquático. Para se lançar ao mar, o homem precisava confiar na proteção de seus deuses e na segurança de suas embarcações para acreditar que voltaria em segurança para casa. Assim, as embarcações foram tratadas, desde os primórdios, como um membro da família - uma fortaleza de segurança no mundo desconhecido e cheio de intempéries que é o mar. A embarcação tinha a dupla função de transportar e proteger. Na cultura polinésia o nascimento de uma canoa vem atrelado a uma série de rituais. Ao rec

Descobrindo a Ilha Mãe

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A Ilha Mãe fica a 2,3 quilômetros da Praia de Itaipu, em Niterói, RJ. Trata-se de uma área proteção integral pois faz parte do Parque Estadual da Serra da Tiririca desde outubro de 2012, quando foi publicado em Diário Oficial o decreto de ampliação desta Unidade de Conservação.  A maior parte da ilha é de costão rochoso exposto, mas abriga também uma singela porção de Mata Atlântica e vegetação rupícola. Não existe praia para desembarque e a canoa deve ser ancorada na face Sul da ilha. Embarcações pequenas como caiaques e canoas individuais e duplas podem ser levadas para cima da rocha em dias de mar bem colado. Há uma poita utilizada por pescadores há alguns metros do costão. Para OC6, vale a pena amarrá-la à poita pela popa e jogar a âncora pela proa, ou vice-versa, para que a canoa não venha a bater no costão de pedra.  Canoa Itaipu ancorada à beira da Ilha Mãe. É importante estar munido de calçados apropriados para subir na ilha sem correr o risco de machucar os pés nas